Intolerância ao Glúten
Intolerância ao Glúten
Dieta sem glúten
A dieta isenta de glúten emergiu como uma das dietas mais populares da história. O conceito de dieta mais saudável, disponibilidade de produtos sem glúten, prevenção contra o desenvolvimento de doença celíaca e o apelo midiático são fatores que tem impulsionado a adesão à dieta sem glúten.
Dieta sem glúten
O glúten encontra-se presente nas proteínas de armazenamento de cereais como trigo, centeio e cevada.
Dieta sem glúten
A dieta isenta de glúten é composta por vários grupos alimentares:
Naturalmente isentos de glúten (frutas, hortaliças, leite e carnes)
Produtos alimentares processados que não contém ingredientes com glúten (sorvete, embutido, molhos, entre outros)
Substitutos de alimentos à base de trigo, fabricados sem glúten (massas, biscoitos, pães e produtos de panificação)
Atenção!
Importante ressaltar que a aveia que não teve contato com outros alimentos que contém glúten, não é tóxica em mais de 95% dos pacientes com doença celíaca. Entretanto, há um grupo pequeno de indivíduos (<5%) para os quais a aveia não é segura. Por isso, em alguns países, devido a dificuldades em garantir que a aveia não tenha sido contaminada por outros grãos, há uma restrição na recomendação do uso da aveia por pessoas com doença celíaca.
Distúrbios relacionados ao glúten
Em alguns indivíduos, os peptídeos não digeridos podem cruzar a barreira epitelial e ativar sistema imunológico, desencadeando uma resposta alérgica ou autoimune.
O espectro de distúrbios relacionados ao glúten inclui três condições: Doença celíaca, Alergia ao trigo e Sensibilidade ao glúten não celíaca.
Doença celíaca
É uma doença autoimune que afeta o intestino delgado de indivíduos geneticamente predispostos, quando expostos a ingestão de alimentos que contêm glúten. A Organização Mundial de Gastroenterologia (2016) define como padrão ouro de critério para diagnóstico da doença celíaca, a combinação de biopsias intestinais e teste sorológico positivo.
Alergia ao trigo
É uma reação imunológica mediada por IgE geralmente se manifesta imediatamente, em alguns minutos a horas, e pode afetar a pele, o trato respiratório ou gastrointestinal.
Dependendo da rota de exposição ao alérgeno e dos mecanismos imunológicos, a alergia ao trigo pode ser classificada em alergia alimentar clássica, anafilaxia induzida por exercício dependente de trigo (WDEIA), asma ocupacional (asma do padeiro) e rinite, e urticária de contato.
Sensibilidade ao Glúten Não Celíaco
É definida como a presença de sintomas intestinais e extra intestinais induzidos pela ingestão de alimentos contendo glúten e aliviados por uma dieta sem glúten em pacientes sem doença celíaca ou alergia ao trigo.
Sintomas Gastrointestinais inferiores: Diarreia, Constipação, Alterações dos hábitos intestinais, Dor/Desconforto abdominal, Inchaço, Perda de Peso.
Sintomas gastrointestinais superiores: Dor epigástrica, Náuseas, Aerofagia, Refluxo gastroesofágico, Estomatite aftosa.
Sintomas extra intestinais: Erupção cutânea (eczema ou dermatite), Depressão, Mente nebulosa, Ansiedade, Confusão mental, Dores de cabeça, Dormência nos membros, Dores articulares ou musculares (sintomas semelhantes a fibromialgia), Fadiga, Falta de bem-estar.
Se liga:
Algumas condições médicas, como intolerâncias e alergias alimentares, requerem “dietas especiais” para manter as pessoas saudáveis, a exemplo da dieta isenta de glúten para pessoas com desordens relacionadas ao glúten.
A alimentação do indivíduo com doença celíaca deve seguir os princípios de uma alimentação saudável, devendo os alimentos com glúten serem substituídos por outros isentos de glúten.
No Brasil, a RDC n°40/2002 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), estabelece que todos os alimentos e bebidas produzidos, comercializados e embalados na ausência do cliente e prontos para oferta ao consumidor, que contenham glúten, como trigo, aveia, cevada, malte e centeio e/ou seus derivados, devem conter, no rótulo, obrigatoriamente, a advertência: "Contém Glúten".
Não existem benefícios associados a melhora da função gastrointestinal ou da saúde de pessoas que não possuem desordens relacionadas ao glúten e que consomem uma dieta isenta de glúten.
A adoção de uma dieta isenta de glúten sem presença de enfermidades relacionadas ao glúten, pode trazer prejuízos ao organismo, caso não haja um equilíbrio nutricional quanto ao teor de proteínas, carboidratos e lipídios. Além da possibilidade de deficiências nutricionais, pela falta de acompanhamento por profissional de saúde especializado, uma dieta isenta de glúten pode alterar composição da microbiota intestinal, causar deficiência de micronutrientes, restrição social e aumentar encargos financeiros.
REFERÊNCIA: SILVA, L.A.da. Plataformas de e-commerce no Brasil: uma visão da atualidade e apontamentos para o futuro através de análise comparativa entre o custo econômico e qualidade nutricional de produtos para pessoas com doença celíaca.(2021) 44 p. 2021. Dissertação. (Mestrado em Engenharia e Ciências de Alimentos)- Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Itapetinga, 2021.
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